Tenho reparado que entra governo, sai governo (tanto estadual, quanto municipal), artistas e pessoas ligadas a cultura fazem muito estardalhaço com relação a indicação dos nomes que irão dirigir as fundações municipal e estadual de cultura. Desta vez, com a indicação da atriz Bid Lima para Presidência da FUNDAC não foi diferente, inclusive, se não me engano, foi o último nome do 1o escalão do governo a ser anunciado, para terem uma idéia de como o assunto é delicado. Reuniões, imprensa, pessoas do PT, de fora do PT, etc. Manifestaram-se pública e também sombriamente sobre o assunto, uns positivamente, outros negativamente, uns apaixonadamente, outros raivosamente. Muita gente perguntou-me o que eu achava, sempre dei a mesma resposta: NADA! Respondi assim por dois motivos: não conheço a Bid Lima e, o seu trabalho cultural suficientemente, para dar qualquer opinião a respeito, sei apenas que ela desenvolve uma intensa atividade na área teatral, que acompanhei pouco nesses anos que estive afastado dos palcos, tempo em que ela firmou sua carreira no cenário local. Por fim, e o essencial nesse caso, acredito que não temos o direito julgar um trabalho não começado. Essas conversas (ou melhor, futricas) em relação aos gestores culturais de Teresina e do Piauí escondem alguns problemas que merecem reflexão: a evidente estreiteza e despreparo político-intelectual de alguns fazedores de cultura do estado, e o mais preocupante, a completa ausência de uma política cultural no Piauí. A leitura que me parece correta é tão óbvia que chega a ser ridícula, não existe e nunca existiu um governo estadual preocupado em desenvolver qualquer ação no sentido da efetivação de uma política de desenvolvimento da cultura no nosso estado, não adianta culparmos gestores culturais pela ineficácia ou ausência de ações e propostas culturais efetivas, simplesmente há uma cegueira (não sei se intencional ou proposital) por parte das forças políticas que se revezam no poder com relação a essa área do desenvolvimento social e humano, coube aos gestores gerenciar o caos. Enquanto isso se discute nichos de poder e cargos no serviço público. Portanto, para todos que não se satisfizeram com minha curta e grossa resposta com relação à pergunta sobre a nomeação da colega Bid, eis o meu pensamento.Deus abençoe a nova presidente lhe dê sorte e saúde.
Por Adriano Abreu (Diretor do Puty.Teatro Labore)
Nenhum comentário:
Postar um comentário