“Entre todas as artes, a arte dramática talvez seja a única que só em casos de absoluta exceção poderia ser exercida por apenas uma pessoa. Ela é essencialmente sujeita ao resultado do trabalho de conjunto, de equipe.
Quanto maior for a harmonia existente entre os elementos da equipe, seja em teatro, em cinema ou em televisão, quanto maior for o ESPÍRITO DE COLETIVIDADE no trabalho, tanto melhor será o resultado. Entre parênteses: a palavra “elenco” na União Soviética é traduzida por “coletivo”.
Por isso as palavras do escritor Anton Tchecov sobre coletividade em geral, podem ser perfeitamente aplicadas ao trabalho de equipe teatral: “Se cada um de nós aplicasse o máximo de sua capacidade no cultivo de seu terreno, em que belo jardim se transformaria a nossa terra!”
E isso só é possível quando se trabalha com muito amor. Esse amor pelo trabalho coletivo em teatro nunca deve ser superado pelos anseios e vaidades pessoais. Nós, gente de teatro, somos vaidosos por excelência, pela própria natureza de nossa arte que é exibicionista, mas o essencial é que a nossa vaidade seja construtiva e não prejudicial ao trabalho coletivo. “Ame a arte em você, mas não a você a arte”. Essa frase de Stanislavski também nunca deve ser esquecida pela gente de teatro.”
- Eugênio Kusnet – (Rússia, 1898 — São Paulo, 1975) e foi um ator, diretor e professor de teatro russo radicado no Brasil.
Abri um pequeno espaço na série Estudos para essa observação pertinente de Eugenio Kusnet.
Adriano Abreu
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